Casos de envenenamento explodem no Brasil, e acendem alerta
Um levantamento feito pelo portal UOL mostra que pelo menos 30 casos de envenenamento foram identificados no Brasil desde o ano passado, resultando em pouco mais de 20 mortes. Seja em doces, salgados ou refeições, diversos casos em sequência têm despertado o receio dos brasileiros. A situação, infelizmente, é realidade também no Maranhão, com episódios registrados nas cidades de Imperatriz e São Luís, resultando na morte de duas crianças.
Os casos registrados no estado envolveram o uso de chumbinho (produto de comercialização ilegal usado como veneno para ratos), inserido em medicamentos e em um ovo de Páscoa, respectivamente. Dados do Ministério da Saúde apontam que, entre 2020 e 2024, foram registrados mais de 100 homicídios por envenenamento em todo o país.
Taynara Logrado, professora do Idomed Fameac“A maior parte dos casos ocorre por ingestão de alimentos contaminados que chegam sob a forma de presentes misteriosos Por isso, é importante sempre confirmar a procedência do que se recebe. Embalagens violadas ou entregas não identificadas devem ser tratadas com desconfiança, e é fundamental não consumir nada sem saber a origem”, alerta a professora da Faculdade de Medicina de Açailândia (Idomed Fameac) e enfermeira Taynara Logrado. Ela reforça a importância da atenção aos detalhes, como no caso recente registrado em São Luís, onde uma profissional de saúde identificou bolinhas pretas no interior de um medicamento, um exemplo de como uma checagem cuidadosa pode salvar vidas.
Sintomas e primeiros socorros
Taynara explica que um dos principais sintomas de envenenamento é a dor abdominal intensa, geralmente logo após a ingestão do alimento ou líquido contendo a substância nociva. No entanto, os efeitos também podem surgir por contato e irritação com a pele ou com os olhos. Outros sinais incluem sudorese, visão embaçada, dor de cabeça, fala arrastada, tremores e dificuldade respiratória.
“Em caso de suspeita de envenenamento, é essencial manter a calma, mas agir com rapidez”, orienta a professora de medicina do Idomed Fameac. A docente explica que não se deve induzir o vômito nem seguir mitos populares, como dar leite, limão ou café para cortar os efeitos. Segundo ela, essas atitudes podem agravar o quadro, causando lesões no esôfago ou broncoaspiração pela interação entre as substâncias.
Apenas profissionais de saúde estão aptos a decidir por procedimentos como, por exemplo, a lavagem gástrica. A recomendação inicial é acionar o SAMU pelo 192, manter o paciente confortável, afrouxar suas roupas e, se estiver deitado, posicionar sua cabeça de lado para evitar sufocamento em caso de vômito
Enquanto o socorro não chega, deve-se monitorar a respiração da vítima e, se possível, durante a espera ou o trajeto até hospitais ou Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), é importante manter contato com os serviços de emergência ou com o Centro de Informação Toxicológica (canal telefônico da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa), pelo número 0800-722-6001. O serviço funciona 24 horas por dia e direciona o atendimento para profissionais da região, que prestam orientação em casos de intoxicação.
É importante ressaltar que quem presta socorro também precisa tomar cuidados para não se contaminar, especialmente se o veneno estiver presente em objetos ou na pele da vítima. Nesse caso, é necessário lavar bem a área afetada com água corrente por 15 a 20 minutos, especialmente se houver contato com os olhos.
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