Itália em cena: 20 anos de paixão pelo cinema
Itália em cena: 20 anos de paixão pelo cinema
Itália em cena: 20 anos de paixão pelo cinema
A 20ª edição do Festival de Cinema Italiano chega ao Brasil em 29 de outubro de 2025 celebrando duas décadas de exibição e difusão da cinematografia italiana. Neste marco histórico, o evento reúne uma seleção especial que mescla estreias inéditas no país e uma retrospectiva de obras fundamentais, oferecendo ao público um panorama abrangente da riqueza e da diversidade do cinema da Itália. O Festival é um projeto organizado pela Câmara de Comércio Italiana de São Paulo (Italcam), em colaboração com a Embaixada da Itália e com o Ministério da Cultura.
Nesta edição comemorativa, o evento homenageia os grandes maestros do cinema italiano: mestres do passado, que transformaram os escombros da guerra em imagens que emocionaram o mundo, e mestres do presente, que seguem expandindo esse legado com obras brilhantes, frutos diretos da herança deixada por seus predecessores.
Na Sessão Inéditos, o público terá oportunidade de ver algumas das produções mais aguardadas do cinema italiano contemporâneo. Entre elas, está Le Assaggiatrici (As Provadoras de Hitler), de Silvio Soldini, que retrata a experiência das mulheres forçadas a provar a comida de Hitler, e Napoli-New York, de Gabriele Salvatores, inspirado em uma história original de Fellini e Tullio Pinelli sobre duas crianças que migram clandestinamente para os Estados Unidos no pós-guerra. O festival também apresenta Eterno Visionario, de Michele Placido, um retrato íntimo de Luigi Pirandello; L’Abbaglio (A Ilusão), de Roberto Andò, sobre as estratégias militares de Giuseppe Garibaldi; e Hey Joe, de Claudio Giovannesi, estrelado por James Franco, sobre o reencontro dramático entre um veterano americano e o filho que nunca conheceu. As comédias La Vita da Grandi (Irmãos), de Greta Scarano e Ho Visto Un Re (Eu Vi um Rei), de Giorgia Farina trazem humor ao festival, enquanto o tom nostálgico marca o road movie Le Città di Pianura (A Última Rodada), de Francesco Sossai que esteve na Mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes 2025. Premiado em Locarno, Gioia Mia (Verão na Sicília), de Margherita Spampinato, explora o choque entre tradição e modernidade, e Diamanti, de Ferzan Özpetek, brinca com os limites entre realidade e ficção ao reunir atrizes em uma Roma dos Anos 1970. Completando a seleção, o documentário Roberto Rossellini, Più di una Vita (Mais que uma Vida) revisita a crise criativa e pessoal do mestre do neorrealismo nos anos 1950, revelando novos caminhos para sua obra, e o drama Amata (Amada), de Elisa Amoruso, revela o amor, a liberdade e a maternidade em suas múltiplas formas.
Já a Sessão Retrospectiva homenageia os grandes maestros do cinema italiano, trazendo de volta às telas obras que marcaram a história da sétima arte. Entre os destaques, estão Ladri di Biciclette (Ladrões de Bicicletas), de Vittorio De Sica, marco do neorrealismo, e Paisà, de Roberto Rossellini, que narra em episódios a libertação da Itália na Segunda Guerra. Também integram a programação Prima della Rivoluzione, de Bernardo Bertolucci, sobre os dilemas ideológicos da juventude; L’Amore in Città (Amor na Cidade), filme coletivo de Antonioni, Fellini, Zavattini e outros; e Speriamo che sia Femmina (Tomara que Seja Mulher), de Mario Monicelli, sobre solidariedade feminina em meio a crises familiares. O público poderá rever ainda Delitto d’Amore (Crime de Amor), de Luigi Comencini, ambientado no universo operário; L’Assassino, de Elio Petri, estrelado por Marcello Mastroianni; e Enrico IV, de Marco Bellocchio, inspirado em Pirandello. A seleção inclui ainda Uomini Contro (A Vontade de um General), de Francesco Rosi, denúncia contundente da irracionalidade da guerra; I Ragazzi di Via Panisperna, de Gianni Amelio, sobre as descobertas científicas de Enrico Fermi e Ettore Majorana; Sopralluoghi in Palestina, de Pier Paolo Pasolini, documentário sobre a busca por locações autênticas para O Evangelho Segundo São Mateus; e La Cena (O Jantar), de Ettore Scola, que entrelaça vidas e dramas em um restaurante, revelando o cinema como palco da própria vida.
Sessão Inéditos
Le Assaggiatrici
https://www.youtube.com/watch?v=s_N_NiqV1v4
Inspirado no romance homônimo de Rosella Postorino, o longa revisita um capítulo pouco conhecido da Segunda Guerra Mundial: o grupo de mulheres obrigadas a provar as refeições de Hitler. A narrativa combina tensão histórica e drama humano, abordando a solidariedade feminina em meio ao medo.
Napoli-New York, de Gabriele Salvatores
https://www.youtube.com/watch?v=_NgGj07dQWA
No imediato pós-guerra, entre as ruínas de uma Nápoles devastada pela miséria, os pequenos Carmine e Celestina tentam sobreviver como podem, sempre se ajudando mutuamente. Numa noite, embarcam como clandestinos em um navio rumo a Nova York, com o sonho de viver com a irmã de Celestina, que emigrara anos antes. Ao lado de tantos outros italianos em busca de uma vida melhor, os dois chegam a uma metrópole estranha, que após muitos desafios e descobertas, aprenderão a chamar de lar.
Escrito a partir de uma história original de Federico Fellini e Tullio Pinelli, o filme é dirigido pelo renomado Gabriele Salvatores e marca um tributo emocionante às esperanças e dores da imigração italiana. Um fragmento de arte cinematográfica criado por dois Mestres do passado ganha vida pelas mãos de Gabriele Salvatores, herdeiro daquele Cinema.
Eterno Visionario, de Michele Placido
https://www.youtube.com/watch?v=vdMhedTbSN0
O filme retrata um momento crucial na vida de Luigi Pirandello, durante sua viagem de trem rumo a Estocolmo, onde receberá o Prêmio Nobel de Literatura. Entre memórias e visões, Pirandello revive os fantasmas de sua existência: a doença mental da esposa, os conflitos com os filhos, o relacionamento complexo com o fascismo e o escândalo causado por sua arte provocadora. Seu amor platônico por Marta Abba, musa e atriz, revela a fusão entre arte e vida, inspiração e sofrimento. A narrativa percorre Roma, a Estocolmo dos Nobel, a Berlim dos cabarés e a Sicília ancestral — compondo o retrato vibrante de um gênio implacável, um eterno visionário que transformou sua dor em arte.
L’Abbaglio (A Ilusão), de Roberto Andò
https://www.youtube.com/watch?v=_VHp9-qiPYA
Em 1860, durante a Expedição dos Mil, Giuseppe Garibaldi enfrenta o poderoso exército Bourbon enquanto tenta conquistar Palermo. Quando tudo parece perdido, confia ao coronel Orsini um plano engenhoso: simular uma retirada com um grupo de feridos e soldados para enganar o comandante inimigo. Começa então uma arriscada partida de xadrez militar, marcada por manobras inesperadas e um desfecho surpreendente.
Hey Joe, de Claudio Giovannesi
https://www.youtube.com/watch?v=b2CZZbGrsJQ
New Jersey, Estados Unidos. Dean Barry, um veterano americano que teve uma relação com uma jovem napolitana durante a Segunda Guerra Mundial, retorna à Itália, a Nápoles, no início dos anos 1970, para conhecer seu filho. Dean deseja recuperar os vinte e cinco anos de ausência, mas seu filho já é um homem criado na criminalidade, adotado por um chefão do contrabando, e não demonstra qualquer interesse pelo pai americano.
O filme estreou no Festival de Cinema de Roma de 2024 e venceu um Nastri d’Argento.
Le Città di Pianura (A Última Rodada), de Francesco Sossai
https://www.youtube.com/watch?v=olxZnOkfqIg
Carlobianchi e Doriano, dois cinquentões à deriva, compartilham uma obsessão: tomar a última “a saideira”. Numa noite qualquer, enquanto vagam de carro de um bar a outro pela imensa planície do Vêneto, cruzam o caminho de Giulio, um jovem e tímido estudante de arquitetura. Esse encontro inusitado com dois mentores improváveis transforma radicalmente a visão de Giulio sobre o amor, a vida e o futuro.
Um road movie nostálgico que viaja na velocidade da sobriedade.
Gioia Mia (Verão na Sicília), de Margherita Spampinato
Nico é um menino inquieto, irreverente e cheio de personalidade, criado em uma família laica, num mundo moderno e hiperconectado. Durante o verão, é enviado à Sicília para passar uma temporada com uma tia solteirona, extremamente religiosa e de temperamento difícil, que vive sozinha em um antigo casarão tomado por lendas e superstições, completamente à margem da tecnologia.
Recebido com resistência, Nico é inserido à força em um universo místico dominado por anjos, espíritos e uma fé carregada de magia.
O confronto entre o presente veloz e o passado silencioso marca o início de uma convivência turbulenta — mas, pouco a pouco, nasce entre os dois um vínculo profundo que mudará suas vidas.
Diamanti, de Ferzan Özpetek
https://www.youtube.com/watch?v=syCDCXbbdnM
Situado em Roma nos anos 1970 e atualmente, o filme explora a jornada das irmãs Alberta e Gabriella Canova, donas de uma renomada ateliê de figurinos cinematográficos, e das habilidosas mulheres que nela trabalham. A trama desenha uma rica tapeçaria de memórias, solidariedade, ambições e desafios, celebrando a força feminina e a arte do figurino no cinema. Ozpetek reúne um elenco extraordinário de 18 atrizes italianas em papéis centrais. O filme foi premiado com o Nastro d’Argento na categoria de “Filme do Ano”, recebeu duas indicações e venceu um prêmio David di Donatello.
Roberto Rossellini, Più di una Vita (Mais que uma Vida)
https://www.youtube.com/watch?v=JiVbxgHjoHk
Em 1956, Roberto Rossellini vive um momento de profunda crise pessoal e artística. Seus filmes mais recentes, realizados ao lado de Ingrid Bergman, fracassaram; o casamento está se desintegrando e a imprensa não perdoa. Quando Bergman decide retornar a Hollywood, Rossellini aceita um convite do primeiro-ministro indiano Nehru para documentar os avanços do país.
Com uma mala cheia de dúvidas — e de espaguete — embarca para a Índia em busca de uma nova inspiração criativa e emocional, guiado por uma cultura que equilibra tradição e modernidade.
Uma jornada íntima e reveladora sobre o homem por trás do mestre do neorrealismo.
Ho Visto Un Re (Eu Vi um Rei), de Giorgia Farina
https://www.youtube.com/watch?v=zG3r1ZzgcmM
Em 1936, durante a guerra na Etiópia, a incrível história real de um príncipe africano capturado e mantido prisioneiro em uma gaiola de jardim, sob os olhares incrédulos dos habitantes de uma pequena cidade italiana. Seu nome é Abraham Imirrù, mas para o pequeno Emilio ele é Sandokan — e se tornará seu herói. Num mundo em que a imaginação de uma criança pode subverter a realidade, Emilio encontra na inesperada amizade com o guerreiro etíope a chave para descobrir a si mesmo.
Amata (Amada), de Elisa Amoruso
https://www.youtube.com/watch?v=tanri1fA4uY
Duas vidas se encostam sem jamais se encontrar, conectadas por fios invisíveis e escolhas que podem mudar destinos. Nunzia é uma jovem estudante que enfrenta sozinha uma gravidez indesejada e precisa decidir entre manter ou renunciar à criança. Em outro cenário, Maddalena e seu marido Luca atravessam o vazio de uma vida ainda sem filhos, até que surge uma possibilidade delicada e cheia de expectativa. Com um olhar íntimo e profundamente humano, o filme acompanha o entrelaçar de duas mulheres — frágeis e combativas, poderosas e vulneráveis — que revelam o amor, a liberdade e a maternidade em suas múltiplas formas. Ao redor delas, a pequena Margherita surge como uma terceira presença, suspensa entre mundos distintos, guardiã silenciosa de um elo invisível que as une sem que ninguém perceba.
La Vita da Grandi (Irmãos), de Greta Scarano
https://www.youtube.com/watch?v=ZQPSreIUCyY
Irene vive em Roma quando recebe um chamado inesperado: deve voltar para Rimini para cuidar do irmão Omar, adulto e autista, que foi excessivamente protegido e não consegue ser independente. Omar, no entanto, tem sonhos claros — quer se tornar um cantor de rap, casar e ter três filhos — e pede a Irene que lhe ensine a “ser adulto” de verdade. Neste lar carregado de memórias, os dois embarcam num curso intensivo de crescimento mútuo, descobrindo que, para amadurecer, às vezes é preciso estar em sintonia em dois corações.
Sessão Retrospectiva
Ladri di Biciclette (Ladrões de Bicicletas), de Vittorio De Sica
Considerado um dos maiores clássicos do neorrealismo italiano, o filme retrata a dura realidade da Itália no pós-guerra, explorando temas como pobreza, dignidade e sobrevivência. Acompanhamos Antonio, um pai desempregado que finalmente consegue um trabalho colando cartazes, mas depende de sua bicicleta para trabalhar. Quando sua bicicleta é roubada, ele e seu filho pequeno percorrem Roma em uma busca desesperada para recuperá-la. Com atores não profissionais e uma narrativa simples porém profundamente comovente, Vittorio De Sica cria um retrato intenso da fragilidade humana e da luta por respeito e dignidade em meio às adversidades sociais.
Paisà, de Roberto Rossellini
Ambientado durante a Segunda Guerra Mundial, o filme apresenta seis episódios independentes, mas tematicamente conectados, que narram encontros entre soldados americanos e civis italianos durante a retirada alemã do sul ao norte da Itália. As histórias passam por locais como Sicília, Nápoles, Roma, Florença e o delta do rio Pó. Entre os personagens estão uma jovem camponesa que guia soldados por um campo minado, uma criança órfã que sobrevive roubando, uma prostituta em busca de um antigo amor, uma enfermeira em meio aos combates, três capelães de diferentes religiões acolhidos por monges e guerrilheiros italianos lutando ao lado da resistência. Rossellini constrói um poderoso mosaico humano sobre as consequências da guerra, o choque cultural e a solidariedade em tempos de conflito.
Prima della Rivoluzione (Antes da Revolução), de Bernardo Bertolucci
Ambientado em Parma, o filme explora os dilemas ideológicos e existenciais de um jovem burguês entre sua ideologia marxista e o conforto burguês de sua família. Noivo de Clelia, mas confuso após a chegada de sua enigmática tia Gina, ele mergulha em um turbilhão de dúvidas políticas, afetivas e existenciais. Uma obra de juventude em transformação que já antecipa a estética sofisticada de Bertolucci.
L’Amore in Città (Amor na Cidade), de Michelangelo Antonioni, Dino Risi, Federico Fellini, Carlo Lizzani, Francesco Maselli, Cesare Zavattini e Alberto Lattuada
Seis renomados cineastas italianos unem suas visões em uma antologia que retrata aspectos da vida cotidiana em Roma do pós-guerra. Tema central: a vida e o amor em Roma nos primeiros anos da década de 1950. Prostitutas, agentes matrimoniais, amantes esperançosos, mulheres suicidas e mães compartilham suas experiências e visões sobre os relacionamentos e a vida a dois. Um olhar neorrealista, social e por vezes poético sobre o amor, os costumes e a dura realidade da época.
Speriamo che sia Femmina (Tomara que Seja Mulher), de Mario Monicelli
Em uma fazenda na Toscana, Elena vive separada do marido Leonardo, um homem desinteressado e ausente, mais preocupado com a amante Lolli do que com a esposa ou as filhas, Franca e Malvina. Ao lado da irmã Claudia e da empregada Fosca, Elena forma um universo essencialmente feminino, onde o único homem presente é um tio idoso e senil que passa os dias tricotando. Esse equilíbrio delicado é abalado por uma série de crises, revelando a força e a união dessas mulheres diante das adversidades.
Delitto d’Amore (Crime de Amor), de Luigi Comencini
Em Milão, o operário Nullo se apaixona por sua colega siciliana Carmela. As chances de um relacionamento feliz parecem remotas: Nullo, um sindicalista anarquista e sem batismo, representa o Norte industrializado e politizado da Itália. Carmela, por outro lado, foi criada no seio de uma família católica tradicional do Sul. O filme é um melodrama neorrealista que combina uma história de amor entre um trabalhador de fábrica do Norte e uma jovem imigrante do Sul com uma forte crítica social sobre desigualdade regional, preconceito e as duras condições de trabalho enfrentadas pelos operários italianos nos anos 70.
L’Assassino, de Elio Petri
Alfredo Martelli, um negociante de antiguidades romano, é levado inesperadamente à delegacia de polícia e interrogado pelo implacável Inspetor Palumbo. Durante o longo e tenso interrogatório, Martelli descobre que sua amante, a rica e mais velha Adalgisa De Matteis, foi brutalmente assassinada a facadas e que ele é o principal suspeito. Confinado em uma cela, Martelli revisita em sua memória os momentos vividos ao lado de Adalgisa e o caso com a jovem Nicoletta Nogaro. Um thriller psicológico que, além da investigação policial, oferece uma crítica ácida à hipocrisia da sociedade italiana da época.
Enrico IV, de Marco Bellocchio
Durante uma festa à fantasia ambientada na Idade Média, um homem vestido como o imperador Henrique IV sofre uma queda de cavalo e bate a cabeça, causando-lhe sérias lesões neurológicas. A partir desse acidente, passa a acreditar ser realmente o Rei Henrique IV, vivendo por anos imerso nessa ilusão. A história, adaptada da peça homônima de Luigi Pirandello, é uma intensa reflexão sobre loucura, identidade e a tênue fronteira entre realidade e ilusão, com uma atuação magistral de Marcello Mastroianni no papel principal.
Uomini Contro (A Vontade de um General), de Francesco Rosi
Baseado em fatos reais da Primeira Guerra Mundial, o filme é uma denúncia contundente da desumanidade e do absurdo das ordens militares nas trincheiras italianas. No norte da Itália, um batalhão enfrenta um impasse sangrento sob o comando do inflexível General Leone, que insiste em táticas obsoletas e mortais, como ataques frontais contra metralhadoras e estratégias medievais. Em meio a um cenário de sofrimento, medo e mortes em massa, o jovem Tenente Sassu passa a questionar a autoridade superior e o próprio sentido da guerra, enfrentando um doloroso conflito entre a obediência cega e a consciência moral. Um poderoso manifesto anti-militarista sobre os horrores da guerra.
I Ragazzi di Via Panisperna, de Gianni Amelio
Baseado em fatos reais, o filme retrata a trajetória de um grupo de jovens físicos italianos de talento extraordinário, conhecidos como “Os Rapazes da Via Panisperna”, liderados por Enrico Fermi. Durante a década de 1930, em Roma, eles realizaram descobertas fundamentais para o desenvolvimento da física nuclear moderna. A narrativa acompanha suas pesquisas, dilemas éticos e conflitos pessoais, destacando a figura enigmática de Ettore Majorana, cujo misterioso desaparecimento em 1938 permanece até hoje sem explicação.
Sopralluoghi in Palestina, de Pier Paolo Pasolini
Neste documentário, o cineasta Pier Paolo Pasolini registra sua viagem à Palestina enquanto buscava locações para o seu clássico “O Evangelho Segundo São Mateus”. Durante a jornada, Pasolini explora vilarejos, desertos e paisagens bíblicas, mas constata que a transformação moderna da região tornou inviável a reprodução autêntica do cenário bíblico. Em tom confessional e reflexivo, o diretor compartilha suas impressões sobre o conflito entre o passado sagrado e a realidade contemporânea, revelando como a Itália acabou se tornando o cenário ideal para a realização de seu épico religioso.
La Cena (O Jantar), de Ettore Scola
Em uma noite movimentada em um restaurante italiano, diferentes grupos de clientes — casais, famílias, jovens e idosos, turistas e frequentadores habituais — compartilham suas histórias ao longo do jantar. Sob o olhar atento e acolhedor da anfitriã Flora, o salão se transforma em um palco de confissões, reencontros, desentendimentos e celebrações. A câmera circula livremente entre as mesas, a cozinha e os bastidores, revelando tanto os dilemas dos clientes quanto as pequenas intrigas e aspirações da equipe do restaurante. Um mosaico humano que reflete a sociedade italiana com humor e melancolia.
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Mostra PraCine: cinema em movimento chega a Ribamar
Mostra PraCine: cinema em movimento chega a Ribamar
Agora é a vez de São José de Ribamar receber, pela primeira vez, a Mostra PraCine de Cinema e Audiovisual, iniciativa que tem como missão democratizar o acesso ao cinema nacional e valorizar as produções maranhenses.
Em sua 4ª edição, a PraCine segue com a missão de promover entretenimento, encontros, partilha de histórias e fortalecimento da identidade cultural nos territórios por onde passa.
A edição de 2025 é uma realização da Maranhezza Produções e da Kasarão Filmes, com recursos da Lei Complementar 195/2022 (Lei Paulo Gustavo), por meio do Edital nº 18/2024 – UGADC/Secma – Mais Audiovisual – Mais Festivais e Mostras do Audiovisual.
A iniciativa conta com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura do Maranhão (Secma), Governo do Maranhão, Ministério da Cultura e Governo Federal.
“Realizaremos a segunda etapa da mostra PraCine em São José de Ribamar, com quatro dias de programação, incluindo uma oficina gratuita de cinema e exibição de obras audiovisuais nacionais e maranhenses. É com muita alegria que promovemos esse encontro, que é também uma oportunidade de refletir sobre nossa realidade a partir do cinema e o potencial criativo que temos para produzir audiovisual no Maranhão, com tanta riqueza de histórias”, explica Nat Maciel, diretora da Maranhezza Produções e uma das idealizadoras da mostra.
Em São José de Ribamar, a 4ª Mostra PraCine oferecerá uma Oficina de Cinematografia e Edição de Vídeo para Novos Cineastas. A formação ocorre entre quarta-feira, 15 de outubro, e sexta-feira, 17 de outubro, das 8h às 12h, no espaço Curiar, que fica na Avenida Clodomiro Cardoso, Bairro Moropoia.
A oficina será ministrada por Jéssica Lauane, cineasta, diretora de fotografia, fotógrafa e produtora, e, Jonas Sakamoto, que é videomaker, fotógrafo e diretor de fotografia. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas pela internet, contudo, as vagas são limitadas.
No sábado, 18 de outubro, a programação da mostra começa a partir das 17h, na Praça do Jardim Tropical, com feirinha criativa e brinquedos para a criançada. A exibição das obras audiovisuais inicia às 19h e traz, entre os destaques, o curta-metragem paraense Boiuna, vencedor de três Kikitos de Ouro no 53º Festival de Cinema de Gramado (2025), nas categorias Melhor Direção (Adriana de Faria), Melhor Atriz (dividido entre Naieme e Jhanyffer Santos) e Melhor Fotografia (Thiago Pelaes).
Inspirado no imaginário mítico amazônico, o filme também foi beneficiado com o Prêmio Itaú Cultural Play no Festival Olhar do Norte, reforçando o reconhecimento por sua narrativa envolvente, protagonismo feminino e força da equipe nortista.
Também serão exibidos os filmes Vipuxovuko-Aldeia, de Dannon Lacerda; Estudo para uma pintura o lavrador de café, de Desali e Rafael dos Santos Rocha; Onde a maré me leva, de Luan Santos; e Saudade Verde, curta-metragem com direção coletiva, produzido durante a Oficina de Cinema realizada em Anajatuba, na 1ª etapa da PraCine 2025.
A mostra também exibirá os clipes Deja Vi, da cantora Núbia, com direção de Jonas Sakamoto; Novas Danças, da cantora Klícia, com direção de Jessica Lauane; Maré Cheia, de Gugs e Zeca Baleiro, com direção de Sunday James; e Melô do Infitético, Criola Beat, de Amanda Bertrand, Failon Aletos.
Ao final das exibições, haverá um bate-papo com realizadores(as), sobre processos criativos e o potencial da produção de videoclipes na cena cultural maranhense.
O encerramento do evento ficará por conta do batalhão pesado do Boi Tremor da Campina.
A Mostra PraCine busca promover visibilidade e intercâmbio entre obras de diversos gêneros do audiovisual, e o diálogo com nossa cultura local, difundindo o cinema nacional e fortalecendo o cinema e a cultura maranhense.
Próxima etapa será em São Luís
Criada em 2015, a PraCine nasceu com o propósito de aproximar o cinema da realidade das pessoas e territórios, ocupando espaços públicos, difundindo produções nacionais e maranhenses e promovendo processos formativos voltados para o audiovisual. Em sua trajetória, a mostra já passou pelos municípios de Pedreiras e São Luís, onde também construiu importantes diálogos e parcerias com culturas locais.
Em 2025, o projeto se fortalece em essência itinerante e vai além. A primeira cidade contemplada foi Anajatuba, que recebeu uma Oficina de Cinema ministrada pela cineasta e videomaker Rafaela Gonçalves, e também, a mostra de cinema, realizada na Praça de Eventos, reunindo mais de 250 pessoas.
São José de Ribamar é a segunda cidade. O projeto será concluído em São Luís, na região da Zona Rural, levando ações formativas e cinema para a comunidade de Rio dos Cachorros, no período de 7 a 9 de novembro.
“A PraCine vem se firmando como um espaço de formação, inspiração e celebração da diversidade cultural. As oficinas despertam o interesse pelo audiovisual entre jovens e comunidades locais, enquanto as exibições ao ar livre convidam o público a vivenciar a magia do cinema em praça pública, de forma gratuita e acessível”, explicou Josh Baconi, da Kasarão Filmes, co-produtor da PraCine.
Ao reunir cinema, música, arte e ações formativas, a Mostra PraCine fortalece a cena cultural maranhense e amplia o acesso à experiência transformadora do audiovisual.
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‘Virtuosas’: terror feminista estreia no Festival do Rio
‘Virtuosas’: terror feminista estreia no Festival do Rio
No dia 10 de outubro, o filme Virtuosas, da cineasta Cíntia Domit Bittar, estreia no Festival do Rio, o maior festival de cinema da América Latina. O terror, que tem produção da Novelo Filmes, produção associada da Cajamanga e coprodução da Olhar Filmes, foi selecionado para a mostra competitiva ‘Première Brasil: Ficção’ e é o primeiro longa-metragem de ficção da diretora catarinense. A obra se passa em um retiro VIP para mulheres, que estão em busca de sua melhor versão. Porém, tudo se transforma em uma jornada absurda e perigosa.
Bruna Linzmeyer, Maria Galant e Juliana Lourenção fazem parte do elenco principal. Linzmeyer dá vida à Virgínia, uma coach que tem como o foco o público feminino conservador e que prega sobre os valores da mulher virtuosa e seu papel na família e na sociedade. Um desconforto rapidamente se instala e, conforme o retiro avança, a tensão cresce na tela por meio do fascínio e inquietação do público diante das atitudes das personagens, surpreendendo-se com até onde podem chegar.
Foto: Olhar Filmes, cortesiaFoto: Olhar Filmes, cortesiaFoto: Olhar Filmes, cortesiaFoto: Olhar Filmes, cortesia“A ideia da ‘mulher virtuosa’, embora desconhecida por muitos, é um conceito comum em contextos conservadores. Mergulhei em uma densa pesquisa sobre o assunto, em busca de verossimilhança e solidez para a criação das personagens, dos diálogos, da estética como um todo. E, a partir desse contexto, exploro as possibilidades do terror, trabalhando com o absurdo, a ironia e a tragédia”, explica a diretora Cíntia Domit Bittar.
Virtuosas promove uma narrativa de suspense com uma inquietude constante e sem motivo tão explícito no início, com humor ácido e um final amargo. “O terror é um gênero que me fascina desde a infância. É muito rico e são diversas as maneiras de evocar o medo e o estranho. Um território fértil para abordar temas contemporâneos da sociedade e tecer críticas, ainda mais no meu caso, pois o que mais me assusta não são demônios e espíritos, mas sim a maldade das pessoas e até onde elas são capazes de ir para conseguir o que querem”, comenta a diretora, que explora o feminismo no terror de forma diferente da usual final girl. “É interessante e desafiador ampliar o conceito do olhar feminista para o cinema a partir do terror, já que o lugar comum disso é a mulher que sobrevive, a mulher que é possuída, a mulher que dá a luz ao demônio, a que vence o mal e por aí vai. Acredito que uma forma de contribuir é criar mulheres ambíguas, por vezes sem qualquer escrúpulo, porque são demasiadamente e monstruosamente humanas. Isso também é fortalecer mulheres no cinema, pois trazer a complexidade e a contradição é trazer humanidade. E é também colocar as personagens mulheres em foco, já que é sobre elas e não sobre algum personagem homem que está ali”. Cíntia acrescenta que “é empolgante ver o gênero em alta mais uma vez”.
A produção, que foi filmada em Florianópolis, em Santa Catarina, ainda reúne no elenco, Sarah Motta, Brisa Marques, Nenê Borges, Fernando Bispo e participação especial de Gabriel Godoy.
“Acredito que Virtuosas vai surpreender por apresentar um tema fresco, ainda pouco explorado na cinematografia nacional, mas muito presente e forte na vida de milhares de pessoas – que é o movimento de mulheres cristãs conservadoras de classe média, muitas inclusive já imbricadas na política institucional do país. Este é um excelente momento para colocarmos o filme na rua, estamos muito felizes com essa oportunidade de mostrar nosso trabalho e afirmar o gênero como uma das principais apostas da Novelo Filmes”, afirma a produtora e produtora executiva Ana Paula Mendes.
Virtuosas foi premiado no programa Goes to Cannes, uma vitrine de filmes em pós-produção realizada pelo Marché du Film do Festival de Cannes deste ano. O longa foi um dos cinco projetos brasileiros escolhidos por meio do edital da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura (SAv/MinC), com curadoria do Festival do Rio. O projeto foi viabilizado com recursos do edital Prêmio Catarinense de Cinema, da Lei Paulo Gustavo e do FSA. A distribuição é da Olhar Filmes.
No Festival do Rio, o filme tem estreia marcada para o dia 10 de outubro, às 19h15, no Estação NET Gávea. Também haverá sessão no dia 11, às 13h30, no Cine Odeon, e no dia 12 de outubro, às 18h45, no Cinesystem Belas Artes.
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‘Três Mulheres Altas’ chega a São Luís, este fim de semana
Nos dias 19, 20 e 21 de setembro de 2025, no Teatro Arthur Azevedo, localizado no Centro de São Luís, o público maranhense poderá conferir a temporada especial do espetáculo Três Mulheres Altas, que já passou por 11 cidades, acumula indicações a prêmios e já foi assistida por mais de 70 mil espectadores. Os ingressos estão à venda pela internet.
Estrelado pelas atrizes Ana Rosa, Helena Ranaldi e Fernanda Nobre, a montagem é dirigida por Fernando Philbert e traz uma comédia mordaz que reflete sobre a passagem do tempo por meio de um acerto de contas entre três gerações.
Após passar por mais de 10 cidades e ter mais de 70 mil espectadores na plateia, a peça chega na capital maranhense para três apresentações especiais, sob o comando da Guilherme Frota Produções, que celebra 35 anos de atividades na cena cultural brasileira.
Após São Luís, o espetáculo ainda percorre por Fortaleza, Campo Grande, Brasília, Santos (SP), Curitiba, Florianópolis e Ribeirão Preto (SP), totalizando 21 apresentações por cidades de todo o Brasil.
Escrita por Edward Albee (1928-2016) no início da Década de 1990, o espetáculo logo se tornou um clássico da dramaturgia contemporânea. Perversamente engraçada – como é a marca do autor –, a peça recebeu o Prêmio Pulitzer e ganhou bem-sucedidas montagens pelo mundo, ao trazer o embate de três mulheres em diferentes fases da vida: juventude, maturidade e velhice.
Já a montagem marca o reencontro das atrizes em um mesmo trabalho – em 1992, as três estrelaram a novela Despedida de Solteiro, na TV Globo (produção que marcou a estreia de Fernanda Nobre em teledramaturgias). “Estar de volta com elas, agora no teatro, tem um sabor muito especial”, ressaltou Fernanda em suas redes sociais.
O espetáculo é apresentado pelo Ministério da Cultura e Bradesco Seguros, por meio da Lei Rouanet – Incentivo a Projetos Culturais.
Três Mulheres Altas
Em seu quarto ano consecutivo em cartaz, o espetáculo segue colecionando plateias lotadas e reconhecimento por onde passa. Nesse percurso, a montagem recebeu indicações a grandes prêmios, como: Cesgranrio, Bibi Ferreira e Cenym.
Em cena, as atrizes interpretam três mulheres, batizadas pelo autor apenas pelas letras A, B e C. A mais velha (Ana Rosa), que já passou dos 90, está doente e embaralha memórias e acontecimentos, enquanto repassa a sua vida para a personagem B (Helena Ranaldi), apresentada como uma espécie de cuidadora ou dama de companhia. A mais jovem, C (Fernanda Nobre), é uma advogada responsável por administrar os bens e recursos da idosa, que não consegue mais lidar com as questões financeiras e burocráticas.
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‘Três Mulheres Altas’ estreia em setembro, no Teatro Arthur Azevedo
As atrizes Ana Rosa, Helena Ranaldi e Fernanda Nobre estrelam a montagem Três Mulheres Altas, que já passou por 11 cidades, acumula indicações a prêmios e já foi assistida por mais de 70 mil espectadores. Dirigida por Fernando Philbert, a peça — que rendeu o Prêmio Pulitzer ao autor — traz uma comédia mordaz que reflete sobre a passagem do tempo por meio de um acerto de contas entre três gerações, e estreia em São Luís neste mês de setembro. Os ingressos já estão à venda, pela internet.
Escrita por Edward Albee (1928-2016) no início da Década de 1990, o espetáculo logo se tornou um clássico da dramaturgia contemporânea. Perversamente engraçada – como é a marca do autor –, a peça recebeu o Prêmio Pulitzer e ganhou bem-sucedidas montagens pelo mundo, ao trazer o embate de três mulheres em diferentes fases da vida: juventude, maturidade e velhice.
Após passar por mais de 10 cidades e ter mais de 70 mil espectadores na plateia, a peça chega na capital maranhense para três apresentações especiais – que ocorrerão de 19 a 21 de setembro de 2025, no palco do Teatro Arthur Azevedo.
Após São Luís, o espetáculo ainda percorre por Fortaleza, Campo Grande, Brasília, Santos (SP), Curitiba, Florianópolis e Ribeirão Preto (SP), totalizando 21 apresentações por cidades de todo o Brasil.
Dirigida por Fernando Philbert, a nova versão da peça, que traz no elenco as atrizes Ana Rosa, Helena Ranaldi e Fernanda Nobre, tem tradução de Gustavo Pinheiro e produção da WB Entretenimento de Bruna Dornellas e Wesley Telles. O espetáculo é apresentado pelo Ministério da Cultura e Bradesco Seguros, por meio da Lei Rouanet – Incentivo a Projetos Culturais.
Três Mulheres Altas
Em seu quarto ano consecutivo em cartaz, o espetáculo segue colecionando plateias lotadas e reconhecimento por onde passa. Nesse percurso, a montagem recebeu indicações a grandes prêmios, como: Cesgranrio, Bibi Ferreira e Cenym.
Em cena, as atrizes interpretam três mulheres, batizadas pelo autor apenas pelas letras A, B e C. A mais velha (Ana Rosa), que já passou dos 90, está doente e embaralha memórias e acontecimentos, enquanto repassa a sua vida para a personagem B (Helena Ranaldi), apresentada como uma espécie de cuidadora ou dama de companhia. A mais jovem, C (Fernanda Nobre), é uma advogada responsável por administrar os bens e recursos da idosa, que não consegue mais lidar com as questões financeiras e burocráticas.
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Entre os muitos embates travados pelas três, a grande protagonista do espetáculo é a passagem do tempo e também a forma com que lidamos com o envelhecimento. “O texto do Albee nos faz refletir sobre ‘qual é a melhor fase da vida?’, além de questões sobre o olhar da juventude para a velhice, sobre a pessoa de 50 anos que também já acha que sabe tudo e, fundamentalmente, sobre o que nós fazemos com o tempo que nos resta. Apesar dos temas profundos, a peça é uma comédia em que rimos de nós mesmos”, analisa o diretor Fernando Philbert.
A última e até então única encenação do texto no Brasil foi logo após a estreia em Nova York, em 1994. Philbert e as atrizes da atual montagem acreditam que a nova versão traz uma visão atualizada com todas as mudanças comportamentais e políticas que aconteceram no mundo de lá para cá, especialmente nas questões femininas, presentes durante os dois atos da peça. Sexo, casamento, desejo, pressões e machismo são temas que aparecem nos diálogos e comprovam a extrema atualidade do texto de Albee.
Circuito Cultural Bradesco Seguros
Manter uma política de incentivo à cultura faz parte do compromisso do Grupo Bradesco Seguros considerando a cultura como ativo para o desenvolvimento dos capitais do conhecimento e do convívio social.
Nesse sentido, o Circuito Cultural Bradesco Seguros se orgulha de ter patrocinado e apoiado, nos últimos anos, em diversas regiões do Brasil, projetos nas áreas de música, dança, artes plásticas, teatro, literatura e exposições, além de outras manifestações artísticas.
Dentre as atrações incentivadas, destacam-se os musicais: Bibi – Uma vida em musical, Bem Sertanejo, Les Misérables, 70 – Década do Divino Maravilhoso, Cinderela, O Fantasma da Ópera, A Cor Púrpura e Concerto para Dois, além da Série Dell’Arte Concertos Internacionais e a exposição Mickey 90 Anos.
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‘Eu Capitu’ chega a São Luís com oficinas e reflexões
São Luís recebe pela primeira vez o espetáculo Eu Capitu, com texto de Carla Faour e direção de Miwa Yanagizawa, inspirado no clássico Dom Casmurro, de Machado de Assis. As apresentações acontecem de 21 a 23 de agosto, no Teatro Sesc Napoleão Ewerton – avenida dos Holandeses, Condomínio Fecomércio. Como parte da programação da temporada em São Luís, serão realizadas duas oficinas no dia 22 de agosto, das 9h às 13h.
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A primeira delas é a oficina Petrobras Eu Outra, que será ministrada por Miwa Yanagizawa. A atividade vai propor a busca da construção de fricções entre narrativas pessoais e ficcionais a partir de objetos afetivos escolhidos pelas participantes. Voltada a artistas e estudantes de teatro, a atividade será realizada das 9h às 13h, na sala de dança do Sesc Deodoro. As inscrições estão disponíveis pela internet.
Miwa Yanagizawa é atriz, diretora de teatro, fundadora do Areas Coletivo, onde destacam-se as seguintes criações: Naquele dia vi você sumir, espetáculo feito em parceria com atores do Grupo Magiluth inspirada no livro Eles eram muitos cavalos, de Luiz Rufatto; Plano sobre queda, dramaturgia realizada em colaboração do coletivo com Emanuel Aragão; e Breu, de Pedro Brício, que recebeu Prêmio Questão de Crítica de Melhor Direção e Iluminação e Prêmio APTR de Melhor Cenografia. Como atriz, atuou em diversos projetos da TV Globo, entre novelas e séries, assim como, em filmes de longa e curta metragem.
A outra oficina é voltada para interessados em saber mais sobre os detalhes de uma produção executiva, como passos para a criação, planejamento e elaboração de um projeto cultural. A Oficina Petrobras da Ideia ao Projeto, com Felipe Valle, será realizada na Sala de Exposições do Prédio Fecomércio/Sesc/Senac, com inscrições gratuitas pela internet.
Felipe Valle é idealizador e diretor-geral da peça Eu Capitu. Ele é diretor da Fomenta Soluções Culturais; produtor, gestor e consultor cultural, com MBA em Gerenciamento de Projetos pela USP. Desenvolve projetos com foco em inclusão social e diversidade, com destaque para o projeto Sementes – Caminhos, para uma produção mais diversa, ciclo completo de formação em produção e gestão cultural voltado para agentes culturais não brancos. Com experiência em mais de 50 projetos de teatro, música e festivais, é responsável pela gestão de recursos e prestação de contas de grandes eventos como TriboQ Pride Festival (Rio de Janeiro, 2022), BudX (Rio de Janeiro, 2022) e as mostras de cinema Terry Gilliam – O Onírico Anarquista (CCBB RJ, BH e DF) e O Cinema de Tim Burton (CCBB RJ, BH e DF).
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‘Eu Capitu’: Machado de Assis pelo olhar feminino
Completando 125 de sua primeira publicação, o clássico Dom Casmurro, de Machado de Assis, terá uma releitura encenada na capital maranhense, na peça Eu Capitu. Com texto de Carla Faour e direção de Miwa Yanagizawa, o espetáculo visa dar voz às mulheres e traz à cena a história a partir da visão de Ana, uma menina prestes a entrar na adolescência, que vivencia o fim do relacionamento abusivo da mãe.
Em São Luís pela primeira vez, Eu Capitu terá apresentações nos dias 21, 22 e 23 de agosto, no Teatro Sesc Napoleão Ewerton – avenida dos Holandeses, Condomínio Fecomércio. No dia 21, a sessão será exclusiva para estudantes da rede pública de ensino, às 15h. E nos dias 22, às 20h, e 23, às 19h, serão apresentações abertas ao público e gratuitas. No sábado, 23 de agosto, a sessão será acessível com recurso de audiodescrição, para pessoas com deficiência visual, e tradução em Libras, para pessoas com deficiência auditiva. A retirada de ingressos ocorre pela internet.
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O espetáculo vem como forma de alertar sobre o aumento nos casos de feminicídio, já que o Maranhão é uma das unidades da federação com o maior número de mortes de mulheres por questões de gênero, de acordo com Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Em 2024, o Maranhão teve um aumento de 99,7% em atendimentos realizados na Central de Atendimento à Mulher, o Ligue 180, dado que revela também o crescimento no número de mulheres vítimas de violência.
Para trazer a reflexão sobre esse tema, a obra lança mão de um olhar fantástico e atual para unir a ficção em cena à dura realidade das mulheres vítimas de violência.
Eu Capitu“Logo de início, entendi que não queria uma peça realista. Se o assunto era muito duro e pesado, eu queria falar de uma forma doce e lúdica com a criação de um universo simbólico e metafórico”, resume Carla Faour, que chama a atenção pelo fato de a peça dar voz a mulheres em um mundo que tem a narrativa masculina, seja na política, nas artes, na história ou nas famílias.
Eu Capitu foi aprovado na Seleção Petrobras Cultural e conta com recursos através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, do Ministério da Cultura. A peça já foi apresentada em Brasília, Rio de Janeiro, Recife e Belo Horizonte, com lotação máxima, e depois de São Luís segue para Rio Branco, Porto Velho, Salvador, Fortaleza e Manaus.
O olhar feminino da obra de Machado de Assis
Em Eu Capitu, a menina Ana, interpretada pela atriz Mika Makino, tem por hábito se isolar em um mundo imaginário como forma de fugir dos problemas que enfrenta em casa. Sua mãe, Leninha, representada pela atriz Flavia Pyramo, vive um relacionamento abusivo com o marido. A tensão doméstica acaba por refletir no rendimento escolar da menina que precisa tirar boas notas em Literatura para não repetir o ano. A prova final vai ser baseada na obra Dom Casmurro, de Machado de Assis. No entanto, a leitura afeta diretamente a menina que passa a enxergar pontos em comum entre o livro e sua vida.
Em seu refúgio fantástico, Ana começa a misturar ficção com realidade e recebe a visita de uma mulher misteriosa, que tem o rosto parecido ao de sua mãe. Aos poucos descobrimos que esta mulher é Capitu, a personagem ícone da obra Machadiana. Nesses encontros, Ana dá voz àquela mulher que só conhecemos através do olhar masculino. A improvável ligação entre elas serve à menina, que está entrando na adolescência, como um rito de passagem para o universo feminino adulto, em que ela começa a entender o que significa ser mulher num mundo narrado por homens.
Esta é a história da produção que se baseia nas provocações sobre o original machadiano e reflete sobre machismo, dores e silenciamentos de mulheres contemporâneas.
Eu Capitu“No palco, as atrizes encenam uma história que se passa no Brasil de hoje, quando Ana, adolescente presa em um ambiente de tensão doméstica, presencia o fim de um relacionamento abusivo de sua mãe. Para nós interessa instigar o olhar da plateia, convidá-la a imaginar outras possibilidades narrativas, tomar consciência das coisas se valendo de mais de uma perspectiva. Portanto, juntas, levantamos questionamentos e nos apropriamos deles para desdobrá-los ao invés de buscar soluções definitivas”, ressalta a diretora Miwa Yanagizawa.
A peça foi idealizada pelo produtor Felipe Valle, após testemunhar indiretamente um episódio de violência doméstica em que não conseguiu intervir e teve a denúncia recusada pela polícia. O sentimento de impotência o levou intuitivamente a pensar em ‘Dom Casmurro’. Ao reler o livro com os olhos de agora, Valle percebeu toda a violência contida naquele clássico e resolveu trazê-lo para as luzes da ribalta pelo olhar feminino. “O convite para direção, escrita e encenação não foi à toa. São as mulheres que vão dar vida a esta história tão atual, eterna, cheia de nuances, simbolismos e de machismos do nosso sempre dia a dia”, pontua.
Atividades formativas
Além da apresentação do espetáculo, também serão realizadas duas oficinas em São Luís, na sexta-feira, 22 de agosto.
A Oficina Petrobras Eu Outra, que será ministrada por Miwa Yanagizawa, vai propor a busca da construção de fricções entre narrativas pessoais e ficcionais a partir de objetos afetivos escolhidos pelas participantes. Voltada a artistas e estudantes de teatro, a atividade será realizada das 9h às 13h, na sala de dança do Sesc Deodoro. As inscrições ocorrem pela internet.
Para interessados em saber mais sobre os detalhes de uma produção executiva, como passos para a criação, planejamento e elaboração de um projeto cultural, será realizada a Oficina Petrobras da Ideia ao Projeto, com Felipe Valle. É das 9h às 13h, na Sala de Exposições do Prédio Fecomércio/Sesc/Senac. Inscrições gratuitas pela internet.
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