Itália em cena: 20 anos de paixão pelo cinema

A 20ª edição do Festival de Cinema Italiano chega ao Brasil em 29 de outubro de 2025 celebrando duas décadas de exibição e difusão da cinematografia italiana. Neste marco histórico, o evento reúne uma seleção especial que mescla estreias inéditas no país e uma retrospectiva de obras fundamentais, oferecendo ao público um panorama abrangente da riqueza e da diversidade do cinema da Itália. O Festival é um projeto organizado pela Câmara de Comércio Italiana de São Paulo (Italcam), em colaboração com a Embaixada da Itália e com o Ministério da Cultura.

Nesta edição comemorativa, o evento homenageia os grandes maestros do cinema italiano: mestres do passado, que transformaram os escombros da guerra em imagens que emocionaram o mundo, e mestres do presente, que seguem expandindo esse legado com obras brilhantes, frutos diretos da herança deixada por seus predecessores.

Na Sessão Inéditos, o público terá oportunidade de ver algumas das produções mais aguardadas do cinema italiano contemporâneo. Entre elas, está Le Assaggiatrici (As Provadoras de Hitler), de Silvio Soldini, que retrata a experiência das mulheres forçadas a provar a comida de Hitler, e Napoli-New York, de Gabriele Salvatores, inspirado em uma história original de Fellini e Tullio Pinelli sobre duas crianças que migram clandestinamente para os Estados Unidos no pós-guerra. O festival também apresenta Eterno Visionario, de Michele Placido, um retrato íntimo de Luigi Pirandello; L’Abbaglio (A Ilusão), de Roberto Andò, sobre as estratégias militares de Giuseppe Garibaldi; e Hey Joe, de Claudio Giovannesi, estrelado por James Franco, sobre o reencontro dramático entre um veterano americano e o filho que nunca conheceu. As comédias La Vita da Grandi (Irmãos), de Greta Scarano e Ho Visto Un Re (Eu Vi um Rei), de Giorgia Farina trazem humor ao festival, enquanto o tom nostálgico marca o road movie Le Città di Pianura (A Última Rodada), de Francesco Sossai que esteve na Mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes 2025. Premiado em Locarno, Gioia Mia (Verão na Sicília), de Margherita Spampinato, explora o choque entre tradição e modernidade, e Diamanti, de Ferzan Özpetek, brinca com os limites entre realidade e ficção ao reunir atrizes em uma Roma dos Anos 1970. Completando a seleção, o documentário Roberto Rossellini, Più di una Vita (Mais que uma Vida) revisita a crise criativa e pessoal do mestre do neorrealismo nos anos 1950, revelando novos caminhos para sua obra, e o drama Amata (Amada), de Elisa Amoruso, revela o amor, a liberdade e a maternidade em suas múltiplas formas.

Já a Sessão Retrospectiva homenageia os grandes maestros do cinema italiano, trazendo de volta às telas obras que marcaram a história da sétima arte. Entre os destaques, estão Ladri di Biciclette (Ladrões de Bicicletas), de Vittorio De Sica, marco do neorrealismo, e Paisà, de Roberto Rossellini, que narra em episódios a libertação da Itália na Segunda Guerra. Também integram a programação Prima della Rivoluzione, de Bernardo Bertolucci, sobre os dilemas ideológicos da juventude; L’Amore in Città (Amor na Cidade), filme coletivo de Antonioni, Fellini, Zavattini e outros; e Speriamo che sia Femmina (Tomara que Seja Mulher), de Mario Monicelli, sobre solidariedade feminina em meio a crises familiares. O público poderá rever ainda Delitto d’Amore (Crime de Amor), de Luigi Comencini, ambientado no universo operário; L’Assassino, de Elio Petri, estrelado por Marcello Mastroianni; e Enrico IV, de Marco Bellocchio, inspirado em Pirandello. A seleção inclui ainda Uomini Contro (A Vontade de um General), de Francesco Rosi, denúncia contundente da irracionalidade da guerra; I Ragazzi di Via Panisperna, de Gianni Amelio, sobre as descobertas científicas de Enrico Fermi e Ettore Majorana; Sopralluoghi in Palestina, de Pier Paolo Pasolini, documentário sobre a busca por locações autênticas para O Evangelho Segundo São Mateus; e La Cena (O Jantar), de Ettore Scola, que entrelaça vidas e dramas em um restaurante, revelando o cinema como palco da própria vida.

  • Sessão Inéditos
  • Le Assaggiatrici
  • Napoli-New York, de Gabriele Salvatores
  • Eterno Visionario, de Michele Placido
  • L’Abbaglio (A Ilusão), de Roberto Andò
  • Hey Joe, de Claudio Giovannesi
  • Le Città di Pianura (A Última Rodada), de Francesco Sossai
  • Gioia Mia (Verão na Sicília), de Margherita Spampinato
  • Diamanti, de Ferzan Özpetek
  • Roberto Rossellini, Più di una Vita (Mais que uma Vida)
  • Ho Visto Un Re (Eu Vi um Rei), de Giorgia Farina
  • Amata (Amada), de Elisa Amoruso
  • La Vita da Grandi (Irmãos), de Greta Scarano
  • Sessão Retrospectiva
  • Ladri di Biciclette (Ladrões de Bicicletas), de Vittorio De Sica
  • Paisà, de Roberto Rossellini
  • L’Amore in Città (Amor na Cidade), de Michelangelo Antonioni, Dino Risi, Federico Fellini, Carlo Lizzani, Francesco Maselli, Cesare Zavattini e Alberto Lattuada
  • Speriamo che sia Femmina (Tomara que Seja Mulher), de Mario Monicelli
  • Delitto d’Amore (Crime de Amor), de Luigi Comencini
  • L’Assassino, de Elio Petri
  • Enrico IV, de Marco Bellocchio
  • Uomini Contro (A Vontade de um General), de Francesco Rosi
  • I Ragazzi di Via Panisperna, de Gianni Amelio
  • Sopralluoghi in Palestina, de Pier Paolo Pasolini
  • La Cena (O Jantar), de Ettore Scola
  • Sessão Inéditos

    Le Assaggiatrici

    https://www.youtube.com/watch?v=s_N_NiqV1v4

    Inspirado no romance homônimo de Rosella Postorino, o longa revisita um capítulo pouco conhecido da Segunda Guerra Mundial: o grupo de mulheres obrigadas a provar as refeições de Hitler. A narrativa combina tensão histórica e drama humano, abordando a solidariedade feminina em meio ao medo.

    Napoli-New York, de Gabriele Salvatores

    https://www.youtube.com/watch?v=_NgGj07dQWA

    No imediato pós-guerra, entre as ruínas de uma Nápoles devastada pela miséria, os pequenos Carmine e Celestina tentam sobreviver como podem, sempre se ajudando mutuamente. Numa noite, embarcam como clandestinos em um navio rumo a Nova York, com o sonho de viver com a irmã de Celestina, que emigrara anos antes. Ao lado de tantos outros italianos em busca de uma vida melhor, os dois chegam a uma metrópole estranha, que após muitos desafios e descobertas, aprenderão a chamar de lar.
    Escrito a partir de uma história original de Federico Fellini e Tullio Pinelli, o filme é dirigido pelo renomado Gabriele Salvatores e marca um tributo emocionante às esperanças e dores da imigração italiana. Um fragmento de arte cinematográfica criado por dois Mestres do passado ganha vida pelas mãos de Gabriele Salvatores, herdeiro daquele Cinema.

    Eterno Visionario, de Michele Placido

    https://www.youtube.com/watch?v=vdMhedTbSN0

    O filme retrata um momento crucial na vida de Luigi Pirandello, durante sua viagem de trem rumo a Estocolmo, onde receberá o Prêmio Nobel de Literatura. Entre memórias e visões, Pirandello revive os fantasmas de sua existência: a doença mental da esposa, os conflitos com os filhos, o relacionamento complexo com o fascismo e o escândalo causado por sua arte provocadora. Seu amor platônico por Marta Abba, musa e atriz, revela a fusão entre arte e vida, inspiração e sofrimento. A narrativa percorre Roma, a Estocolmo dos Nobel, a Berlim dos cabarés e a Sicília ancestral — compondo o retrato vibrante de um gênio implacável, um eterno visionário que transformou sua dor em arte.

    L’Abbaglio (A Ilusão), de Roberto Andò

    https://www.youtube.com/watch?v=_VHp9-qiPYA

    Em 1860, durante a Expedição dos Mil, Giuseppe Garibaldi enfrenta o poderoso exército Bourbon enquanto tenta conquistar Palermo. Quando tudo parece perdido, confia ao coronel Orsini um plano engenhoso: simular uma retirada com um grupo de feridos e soldados para enganar o comandante inimigo. Começa então uma arriscada partida de xadrez militar, marcada por manobras inesperadas e um desfecho surpreendente.

    Hey Joe, de Claudio Giovannesi

    https://www.youtube.com/watch?v=b2CZZbGrsJQ

    New Jersey, Estados Unidos. Dean Barry, um veterano americano que teve uma relação com uma jovem napolitana durante a Segunda Guerra Mundial, retorna à Itália, a Nápoles, no início dos anos 1970, para conhecer seu filho. Dean deseja recuperar os vinte e cinco anos de ausência, mas seu filho já é um homem criado na criminalidade, adotado por um chefão do contrabando, e não demonstra qualquer interesse pelo pai americano.
    O filme estreou no Festival de Cinema de Roma de 2024 e venceu um Nastri d’Argento.

    Le Città di Pianura (A Última Rodada), de Francesco Sossai

    https://www.youtube.com/watch?v=olxZnOkfqIg

    Carlobianchi e Doriano, dois cinquentões à deriva, compartilham uma obsessão: tomar a última “a saideira”. Numa noite qualquer, enquanto vagam de carro de um bar a outro pela imensa planície do Vêneto, cruzam o caminho de Giulio, um jovem e tímido estudante de arquitetura. Esse encontro inusitado com dois mentores improváveis transforma radicalmente a visão de Giulio sobre o amor, a vida e o futuro.
    Um road movie nostálgico que viaja na velocidade da sobriedade.

    Gioia Mia (Verão na Sicília), de Margherita Spampinato

    Nico é um menino inquieto, irreverente e cheio de personalidade, criado em uma família laica, num mundo moderno e hiperconectado. Durante o verão, é enviado à Sicília para passar uma temporada com uma tia solteirona, extremamente religiosa e de temperamento difícil, que vive sozinha em um antigo casarão tomado por lendas e superstições, completamente à margem da tecnologia.
    Recebido com resistência, Nico é inserido à força em um universo místico dominado por anjos, espíritos e uma fé carregada de magia.
    O confronto entre o presente veloz e o passado silencioso marca o início de uma convivência turbulenta — mas, pouco a pouco, nasce entre os dois um vínculo profundo que mudará suas vidas.

    Diamanti, de Ferzan Özpetek

    https://www.youtube.com/watch?v=syCDCXbbdnM

    Situado em Roma nos anos 1970 e atualmente, o filme explora a jornada das irmãs Alberta e Gabriella Canova, donas de uma renomada ateliê de figurinos cinematográficos, e das habilidosas mulheres que nela trabalham. A trama desenha uma rica tapeçaria de memórias, solidariedade, ambições e desafios, celebrando a força feminina e a arte do figurino no cinema. Ozpetek reúne um elenco extraordinário de 18 atrizes italianas em papéis centrais. O filme foi premiado com o Nastro d’Argento na categoria de “Filme do Ano”, recebeu duas indicações e venceu um prêmio David di Donatello.

    Roberto Rossellini, Più di una Vita (Mais que uma Vida)

    https://www.youtube.com/watch?v=JiVbxgHjoHk

    Em 1956, Roberto Rossellini vive um momento de profunda crise pessoal e artística. Seus filmes mais recentes, realizados ao lado de Ingrid Bergman, fracassaram; o casamento está se desintegrando e a imprensa não perdoa. Quando Bergman decide retornar a Hollywood, Rossellini aceita um convite do primeiro-ministro indiano Nehru para documentar os avanços do país.
    Com uma mala cheia de dúvidas — e de espaguete — embarca para a Índia em busca de uma nova inspiração criativa e emocional, guiado por uma cultura que equilibra tradição e modernidade.
    Uma jornada íntima e reveladora sobre o homem por trás do mestre do neorrealismo.

    Ho Visto Un Re (Eu Vi um Rei), de Giorgia Farina

    https://www.youtube.com/watch?v=zG3r1ZzgcmM

    Em 1936, durante a guerra na Etiópia, a incrível história real de um príncipe africano capturado e mantido prisioneiro em uma gaiola de jardim, sob os olhares incrédulos dos habitantes de uma pequena cidade italiana. Seu nome é Abraham Imirrù, mas para o pequeno Emilio ele é Sandokan — e se tornará seu herói. Num mundo em que a imaginação de uma criança pode subverter a realidade, Emilio encontra na inesperada amizade com o guerreiro etíope a chave para descobrir a si mesmo.

    Amata (Amada), de Elisa Amoruso

    https://www.youtube.com/watch?v=tanri1fA4uY

    Duas vidas se encostam sem jamais se encontrar, conectadas por fios invisíveis e escolhas que podem mudar destinos. Nunzia é uma jovem estudante que enfrenta sozinha uma gravidez indesejada e precisa decidir entre manter ou renunciar à criança. Em outro cenário, Maddalena e seu marido Luca atravessam o vazio de uma vida ainda sem filhos, até que surge uma possibilidade delicada e cheia de expectativa. Com um olhar íntimo e profundamente humano, o filme acompanha o entrelaçar de duas mulheres — frágeis e combativas, poderosas e vulneráveis — que revelam o amor, a liberdade e a maternidade em suas múltiplas formas. Ao redor delas, a pequena Margherita surge como uma terceira presença, suspensa entre mundos distintos, guardiã silenciosa de um elo invisível que as une sem que ninguém perceba.

    La Vita da Grandi (Irmãos), de Greta Scarano

    https://www.youtube.com/watch?v=ZQPSreIUCyY

    Irene vive em Roma quando recebe um chamado inesperado: deve voltar para Rimini para cuidar do irmão Omar, adulto e autista, que foi excessivamente protegido e não consegue ser independente. Omar, no entanto, tem sonhos claros — quer se tornar um cantor de rap, casar e ter três filhos — e pede a Irene que lhe ensine a “ser adulto” de verdade. Neste lar carregado de memórias, os dois embarcam num curso intensivo de crescimento mútuo, descobrindo que, para amadurecer, às vezes é preciso estar em sintonia em dois corações.

    Sessão Retrospectiva

    Ladri di Biciclette (Ladrões de Bicicletas), de Vittorio De Sica

    Considerado um dos maiores clássicos do neorrealismo italiano, o filme retrata a dura realidade da Itália no pós-guerra, explorando temas como pobreza, dignidade e sobrevivência. Acompanhamos Antonio, um pai desempregado que finalmente consegue um trabalho colando cartazes, mas depende de sua bicicleta para trabalhar. Quando sua bicicleta é roubada, ele e seu filho pequeno percorrem Roma em uma busca desesperada para recuperá-la. Com atores não profissionais e uma narrativa simples porém profundamente comovente, Vittorio De Sica cria um retrato intenso da fragilidade humana e da luta por respeito e dignidade em meio às adversidades sociais.

    Paisà, de Roberto Rossellini

    Ambientado durante a Segunda Guerra Mundial, o filme apresenta seis episódios independentes, mas tematicamente conectados, que narram encontros entre soldados americanos e civis italianos durante a retirada alemã do sul ao norte da Itália. As histórias passam por locais como Sicília, Nápoles, Roma, Florença e o delta do rio Pó. Entre os personagens estão uma jovem camponesa que guia soldados por um campo minado, uma criança órfã que sobrevive roubando, uma prostituta em busca de um antigo amor, uma enfermeira em meio aos combates, três capelães de diferentes religiões acolhidos por monges e guerrilheiros italianos lutando ao lado da resistência. Rossellini constrói um poderoso mosaico humano sobre as consequências da guerra, o choque cultural e a solidariedade em tempos de conflito.

    Prima della Rivoluzione (Antes da Revolução), de Bernardo Bertolucci

    Ambientado em Parma, o filme explora os dilemas ideológicos e existenciais de um jovem burguês entre sua ideologia marxista e o conforto burguês de sua família. Noivo de Clelia, mas confuso após a chegada de sua enigmática tia Gina, ele mergulha em um turbilhão de dúvidas políticas, afetivas e existenciais. Uma obra de juventude em transformação que já antecipa a estética sofisticada de Bertolucci.

    L’Amore in Città (Amor na Cidade), de Michelangelo Antonioni, Dino Risi, Federico Fellini, Carlo Lizzani, Francesco Maselli, Cesare Zavattini e Alberto Lattuada

    Seis renomados cineastas italianos unem suas visões em uma antologia que retrata aspectos da vida cotidiana em Roma do pós-guerra. Tema central: a vida e o amor em Roma nos primeiros anos da década de 1950. Prostitutas, agentes matrimoniais, amantes esperançosos, mulheres suicidas e mães compartilham suas experiências e visões sobre os relacionamentos e a vida a dois. Um olhar neorrealista, social e por vezes poético sobre o amor, os costumes e a dura realidade da época.

    Speriamo che sia Femmina (Tomara que Seja Mulher), de Mario Monicelli

    Em uma fazenda na Toscana, Elena vive separada do marido Leonardo, um homem desinteressado e ausente, mais preocupado com a amante Lolli do que com a esposa ou as filhas, Franca e Malvina. Ao lado da irmã Claudia e da empregada Fosca, Elena forma um universo essencialmente feminino, onde o único homem presente é um tio idoso e senil que passa os dias tricotando. Esse equilíbrio delicado é abalado por uma série de crises, revelando a força e a união dessas mulheres diante das adversidades.

    Delitto d’Amore (Crime de Amor), de Luigi Comencini

    Em Milão, o operário Nullo se apaixona por sua colega siciliana Carmela. As chances de um relacionamento feliz parecem remotas: Nullo, um sindicalista anarquista e sem batismo, representa o Norte industrializado e politizado da Itália. Carmela, por outro lado, foi criada no seio de uma família católica tradicional do Sul. O filme é um melodrama neorrealista que combina uma história de amor entre um trabalhador de fábrica do Norte e uma jovem imigrante do Sul com uma forte crítica social sobre desigualdade regional, preconceito e as duras condições de trabalho enfrentadas pelos operários italianos nos anos 70.

    L’Assassino, de Elio Petri

    Alfredo Martelli, um negociante de antiguidades romano, é levado inesperadamente à delegacia de polícia e interrogado pelo implacável Inspetor Palumbo. Durante o longo e tenso interrogatório, Martelli descobre que sua amante, a rica e mais velha Adalgisa De Matteis, foi brutalmente assassinada a facadas e que ele é o principal suspeito. Confinado em uma cela, Martelli revisita em sua memória os momentos vividos ao lado de Adalgisa e o caso com a jovem Nicoletta Nogaro. Um thriller psicológico que, além da investigação policial, oferece uma crítica ácida à hipocrisia da sociedade italiana da época.

    Enrico IV, de Marco Bellocchio

    Durante uma festa à fantasia ambientada na Idade Média, um homem vestido como o imperador Henrique IV sofre uma queda de cavalo e bate a cabeça, causando-lhe sérias lesões neurológicas. A partir desse acidente, passa a acreditar ser realmente o Rei Henrique IV, vivendo por anos imerso nessa ilusão. A história, adaptada da peça homônima de Luigi Pirandello, é uma intensa reflexão sobre loucura, identidade e a tênue fronteira entre realidade e ilusão, com uma atuação magistral de Marcello Mastroianni no papel principal.

    Uomini Contro (A Vontade de um General), de Francesco Rosi

    Baseado em fatos reais da Primeira Guerra Mundial, o filme é uma denúncia contundente da desumanidade e do absurdo das ordens militares nas trincheiras italianas. No norte da Itália, um batalhão enfrenta um impasse sangrento sob o comando do inflexível General Leone, que insiste em táticas obsoletas e mortais, como ataques frontais contra metralhadoras e estratégias medievais. Em meio a um cenário de sofrimento, medo e mortes em massa, o jovem Tenente Sassu passa a questionar a autoridade superior e o próprio sentido da guerra, enfrentando um doloroso conflito entre a obediência cega e a consciência moral. Um poderoso manifesto anti-militarista sobre os horrores da guerra.

    I Ragazzi di Via Panisperna, de Gianni Amelio

    Baseado em fatos reais, o filme retrata a trajetória de um grupo de jovens físicos italianos de talento extraordinário, conhecidos como “Os Rapazes da Via Panisperna”, liderados por Enrico Fermi. Durante a década de 1930, em Roma, eles realizaram descobertas fundamentais para o desenvolvimento da física nuclear moderna. A narrativa acompanha suas pesquisas, dilemas éticos e conflitos pessoais, destacando a figura enigmática de Ettore Majorana, cujo misterioso desaparecimento em 1938 permanece até hoje sem explicação.

    Sopralluoghi in Palestina, de Pier Paolo Pasolini

    Neste documentário, o cineasta Pier Paolo Pasolini registra sua viagem à Palestina enquanto buscava locações para o seu clássico “O Evangelho Segundo São Mateus”. Durante a jornada, Pasolini explora vilarejos, desertos e paisagens bíblicas, mas constata que a transformação moderna da região tornou inviável a reprodução autêntica do cenário bíblico. Em tom confessional e reflexivo, o diretor compartilha suas impressões sobre o conflito entre o passado sagrado e a realidade contemporânea, revelando como a Itália acabou se tornando o cenário ideal para a realização de seu épico religioso.

    La Cena (O Jantar), de Ettore Scola

    Em uma noite movimentada em um restaurante italiano, diferentes grupos de clientes — casais, famílias, jovens e idosos, turistas e frequentadores habituais — compartilham suas histórias ao longo do jantar. Sob o olhar atento e acolhedor da anfitriã Flora, o salão se transforma em um palco de confissões, reencontros, desentendimentos e celebrações. A câmera circula livremente entre as mesas, a cozinha e os bastidores, revelando tanto os dilemas dos clientes quanto as pequenas intrigas e aspirações da equipe do restaurante. Um mosaico humano que reflete a sociedade italiana com humor e melancolia.

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