Mães ‘tentantes’: como lidar com o emocional e a frustração durante o período de tentativas?

“Hoje me sinto mais madura. Mas mesmo se tivesse como voltar no tempo, faria tudo de novo, porque era o meu sonho. E quem tem um sonho nunca pode desistir”, conta Cassiane Lima, de 54 anos, emocionada, ao lembrar das tentativas para engravidar ao longo da vida. Assim como foi para Cassiane, o caminho para a maternidade pode ser repleto de desafios emocionais, ainda mais para aquelas que estão na fase das tentativas. Muitas mulheres enfrentam frustrações e ansiedades enquanto aguardam a tão sonhada gravidez, e os especialistas garantem: é normal percorrer uma montanha-russa de emoções nesse processo.

Cassiane conta que sempre teve o sonho de ser mãe. “Sempre tive muita esperança. Mas não aconteceu com a rapidez com que eu tanto esperava e com o tempo fui me frustrando, tendo um sentimento ruim de que nunca chegava o momento da gravidez. Isso mexia com o meu emocional”, revela a diarista.

O mix de emoções é muito comum nessa fase, inclusive a alternância entre o otimismo e a ansiedade. De acordo com a psicóloga do Centro Universitário Estácio São Luís, Renata Pacheco, é preciso lidar, ainda, com as frustrações, caso não aconteça a experiência da gravidez. “É necessário trabalhar o autocuidado e a compaixão nesse momento. A ajuda de um profissional é essencial para manejar esses sentimentos e emoções, evitar comparações excessivas e ainda evitar se culpar por não conseguir engravidar. Junto com a procura por tratamentos e métodos alternativos, é preciso também ressignificar o olhar sobre a maternidade”, afirma.

Quando a menstruação atrasava, Cassiane vibrava com a certeza de um bebê a caminho. Mas após diversos exames, ela recebeu o diagnóstico de Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) e, o esposo, de infertilidade masculina. “Mesmo sendo muito difícil entender, a companhia do meu marido foi essencial para passar por isso. Com certeza precisei de muita força. Foi um momento delicado e ruim saber que eu não conseguiria engravidar. Mas aos poucos consegui me sentir ‘mãe’ de outras formas, dando muito amor e carinho aos muitos sobrinhos que ganhei com os anos”, destaca.

Pressão

Também é preciso ficar de olho e não ceder às pressões sociais para ter um filho. “Em mães tentantes, para além dos medos, desejos e ansiedade, a pressão que vem da família e da sociedade aumenta o estresse, colaborando para problemas de autoestima, depressão e isolamento social”, pontua a psicóloga.

Mas, com o apoio da família e de amigos, atravessar essa jornada de desafios se torna mais leve. A psicóloga ainda ressalta que, em muitos casos, a ajuda profissional também é valiosa. “Quando se tem ansiedade em excesso, ou quando a sensação de frustração é intensa ao ponto de fazer a mulher perder interesses nas atividades do dia dia e se culpar constantemente, é importante que ela seja acompanhada por um psicólogo”, finaliza Renata.

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Pedidos de pensão alimentícia ganham visibilidade após ‘Vale Tudo’

É cena de novela, mas está longe de ser obra de ficção. Na trama de Vale Tudo, a personagem Lucimar decide, anos após o nascimento do filho, entrar com um pedido de pensão contra o pai da criança. Depois que a cena foi exibida na última semana, vários estados brasileiros relataram aumento nos pedidos do benefício. De modo geral, segundo o Conselho Nacional de Justiça, o número de novos pedidos de pensão cresceu de 168.395 em 2020 para 199.793 em 2024. Já as fixações de pensão pela Justiça cresceram 66,2% no mesmo período, passando de 331.825, em 202, para 551.489 no ano passado.

Na cena da novela, Lucimar decide procurar a Defensoria Pública para fazer valer o seu direito – um caminho procurado por muitas pessoas. No Maranhão, entre janeiro e maio deste ano, a Defensoria Pública do Estado do Maranhão (DPE/MA) registrou 652 atendimentos relacionados a pensão alimentícia apenas na sede de São Luís. Do total, 492 foram casos litigiosos atendidos pelo Núcleo de Família e 160 resultaram em acordos extrajudiciais por meio do projeto Vem Conciliar, iniciativa que busca promover soluções rápidas e pacíficas entre os genitores.

“Nosso foco inicial é sempre tentar resolver a situação pela via da conciliação, com projetos como o Vem Conciliar, que ocorre presencialmente, e o Reconectando Pessoas, que é a versão virtual do serviço”, explica o defensor público Thiago Josino Carrilho de Arruda Macedo, coordenador da central de relacionamento com o cidadão da DPE/MA. Segundo ele, quando a conciliação não é possível, a Defensoria orienta e encaminha o cidadão para o ajuizamento da ação judicial, o que também é feito na própria Defensoria.

Obrigação

Professora Nathália Reis

A advogada e coordenadora do curso de direito do Centro Universitário Estácio São Luís, Nathália Reis, reforça que o pedido de pensão pode ser feito mesmo após vários anos do nascimento da criança, como mostrado na novela. “O caso retratado se encaixa na obrigação parental de sustento, que permanece até a maioridade civil ou enquanto perdurar a necessidade do filho. No entanto, há um prazo de dois anos para cobrar judicialmente prestações alimentares vencidas, contados a partir do inadimplemento”, pontua.

A especialista explica que a pensão pode ser solicitada não apenas por filhos menores, mas também por outros familiares, como irmãos, avós ou ex-cônjuges, desde que comprovada a necessidade. Para dar entrada no pedido, o responsável deve apresentar documentos como certidão de nascimento da criança, identidade do representante legal, comprovante de residência e provas das despesas da criança. “Mesmo sem advogado, é possível iniciar o processo, mas é sempre recomendável buscar auxílio jurídico”, orienta.

Quanto ao cálculo da pensão, Nathália destaca que não há um valor fixo estipulado por lei. “A quantia é definida com base no binômio necessidade-capacidade, ou seja, levando em conta quanto a criança precisa e quanto o responsável pode pagar sem comprometer sua própria subsistência. Em muitos casos, adota-se 30% dos rendimentos líquidos do alimentante como parâmetro inicial”, explica.

Recusa pode levar à prisão

Se o genitor se recusa a pagar a pensão acordada, a advogada alerta que há meios legais de cobrança, inclusive com possibilidade de prisão civil. “A recusa em cumprir uma obrigação fixada judicialmente permite o pedido de prisão do devedor por até três meses. Além disso, os avós podem ser responsabilizados de forma subsidiária, se o pai não tiver condições de arcar com a pensão”, afirma.

Na novela, o pai do filho de Lucimar perde o emprego. Mas Nathália explica que mesmo em casos em que o pai esteja desempregado ou sem renda fixa, a obrigação permanece. “A Justiça entende que o desemprego, por si só, não desobriga o pai. O valor da pensão pode ser baseado em médias de ganhos ou fixado em porcentagem sobre possíveis rendimentos variáveis”, explica Nathália.

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